Na moderna administração de empresas, as atividades colaborativas têm um status que beira a santidade. Os funcionários em escritórios de plano aberto (open-space offices) para favorecer a ocorrência de eventuais encontros executivos exigem que seus subalternos acrescentem novas ferramentas colaborativas, como os softwares Slack como o e-mail e o telefone.
Teóricos da administração recomendam que os funcionários das empresas sejam bons cidadãos corporativos ajudando-se constantemente uns aos outros.
A moda da colaboração faz algum sentido. Se as organizações existem é porque, coletivamente, as pessoas são capazes de fazer coisas que não estão a seu alcance individualmente. Na conversa com os colegas podem surgir ideias valiosas. Estar em contato com colegas de outros departamentos pode ser útil. Mas isso não justifica obrigar as pessoas a trabalhar em espaços enormes e barulhentos e bombardeá-las com mensagens eletrônicas.
Por incrível que pareça, o culto à colaboração atingiu seu apogeu justamente nos setores da economia em que o mais importante é que os funcionários possam se dedicar a períodos ininterruptos de concentração, pois é lidando com grandes volumes de dados e informações que eles ganham a vida: os escritórios de plano aberto tornaram-se quase onipresente nas empresas que fazem uso intensivo de conhecimento.
estadao.com.br
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